quinta-feira, 10 de maio de 2012

Pitu

Adoro Pitu e acho que não tem como não gostar. Seu sabor intenso e adocicado. Sua textura (quando bem cozido) perfeita. Consistente, mas sem ser borrachudo.
Pitu na moqueca, ou no bobo, ou alho e óleo é fantástico.

Iguaria nacional - Moqueca de Pitu
Mas este editorial é sobre a extinção do bichinho. O Pitu entrou na lista do IBAMA a uns dois anos e, tirando o rigor na fiscalização de hotéis e grandes cabanas de praia, o crustáceo continua a venda em vários restaurantes na costa do cacau e costa do dendê.
A grande maioria destes restaurantes são familiares. Pessoas que vivem bem próximo as margens de rios ou braços de mares. Cresceram ao lado dos Pitus. Acho que eles nem sabem o que é o IBAMA. E com certeza se a fiscalização fechasse esses estabelecimentos, estas famílias não teriam mais como se sustentar.
De um lado temos uma iguaria ameaçada de extinção e de outro famílias que nem sabem que isso esta ocorrendo. No rio onde eles mesmos pegam os Pitus, apenas se percebem que esta mais difícil de pescar. São percepções vistas em gerações. Nunca é imediato.
A solução disso é um grande problema. Se os hoteleiros e restauranters profissionais não podem usar o Pitu, porque pequenos restaurantes podem? Como pode-se dizer que esta mercadoria é proibida se existe restaurantes em rodovias extremamente movimentadas com o título “O Rei do Pitu” ou “O melhor Pitu da Bahia”.
Qualquer fiscal do IBAMA que já passou na rodovia Ilhéus-Itabuna ou viu e não fez nada ou não sabe ler.
Minha opinião é que esses restaurantes/famílias tenham acesso a uma licença especial. Criaríamos uma DOC (Denominação de Origem Controlada) onde só poderiam fazer e comer Pitus nesses restaurantes. Isso valorizaria nossa região e o produto Pitu. Esse consumo seria controlado rigidamente por fiscais da região.

O que não podemos é ver o bicho acabar e fingir que nada está acontecendo. A política do IBAMA deve ser mudada. Restaurante pequeno não tem dinheiro para pagar as multas milionárias cobradas pelo instituto. Então deixam assim mesmo. Afinal é essa a renda do Instituto.
Com essas administrações e ideologias além de não protegermos nada, ainda perderemos uma parte de nossas tradições.

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